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são nada, como dizem (embora indiretamente) os que os consideram incorpóreos, não pode ser provado a
partir das Escrituras.
Da significação da palavra espírito depende a da palavra inspiração, que ou é tomada em sentido
próprio, e neste caso não é mais do que o insuflar num homem de um ar ou vento fino e sutil, tal como um
homem enche uma bexiga com seu sopro, ou então, se os espíritos não são corpóreos e têm sua existência
apenas na imaginação, não é mais do que o insuflar de um fantasma; o que só pode ser dito de maneira
imprópria e impossível, pois os fantasmas são nada, apenas parecem ser alguma coisa. Portanto, essa palavra
é usada nas Escrituras apenas metaforicamente. Como quando se diz (Gên 2,7) que Deus inspirou ao homem
o sopro da vida, não se querendo dizer outra coisa senão que Deus lhe deu o movimento vital. Porque não
devemos pensar que Deus fez primeiro um sopro vivo, e depois o insuflou em Adão depois de este já estar
feito, quer esse sopro fosse real ou aparente, mas apenas (At 17,25) que lhe deu vida e alento, quer dizer, que
fez dele uma criatura viva. E quando se diz (l Tim 3,16) todas as Escrituras são dadas por inspiração de Deus,
falando aí das Escrituras do Antigo Testamento, trata-se de uma simples metáfora, significando que Deus
inclinou o espírito ou mente desses autores a escrever o que seria útil para ensinar, reprovar, corrigir e instruir
os homens no reto caminho da vida. Mas quando São Pedro diz (2 Pdr 1,21) que nos tempos antigos a
profecia não proveio da vontade dos homens, mas os santos homens de Deus falaram enquanto movidos pelo
Espírito Santo, entende-se por Espírito Santo a voz de Deus num sonho ou visão sobrenatural, que não é uma
inspiração. E quando nosso Salvador lançou seu alento sobre os discípulos, dizendo recebei o Espírito Santo,
esse alento também não era o espírito, mas um sinal das graças espirituais que lhes estava concedendo. E
embora se diga de muitos, inclusivamente de nosso próprio Salvador, que estava cheio do Espírito Santo,
mesmo assim essa plenitude não deve ser entendida como infusão da substância de Deus, mas como
acumulação de seus dons, como o dom da santidade da vida, ou o dom das línguas, e outros semelhantes, quer
sejam conseguidos sobrenaturalmente ou pelo estudo e pelo trabalho, pois em todos os casos trata-se de dons
de Deus. De maneira semelhante, quando Deus diz (Jo 2,28) derramarei meu espírito sobre a carne, e vossos
filhos e filhas profetizarão, vossos velhos sonharão sonhos, e vossos jovens verão visões, não devemos
entendê-lo em sentido próprio, como se o espírito fosse como a água, sujeito a efusão e infusão, mas no
sentido de Deus ter prometido dar-lhes sonhos e visões
proféticas. Porque o uso próprio da palavra infundido, ao falar das graças de Deus, constitui um
abuso da palavra, dado que as graças são virtudes, e não corpos que podem ser levados para aqui e para ali, ou
que podem ser despejados para dentro dos homens como se estes fossem barris.
Da mesma maneira, tomar inspiração em sentido próprio, ou dizer que entraram nos homens espíritos
benéficos que lhes permitem profetizar, ou espíritos maléficos que os tornam frenéticos, lunáticos ou
epilépticos, não é tomar a palavra no sentido das Escrituras, pois nestas o espírito é tomado como poder de
Deus, trabalhando através de causas que nos são desconhecidas. Como também o vento (At 2,2), que lá se diz
ter enchido a casa onde os apóstolos estavam reuni
dos no dia de Pentecostes, não deve ser entendido como o Espírito Santo, o qual é a própria
divindade, mas como um sinal externo da intervenção especial de Deus em seus corações, para neles tornar
efetivas as graças internas e as santas virtudes que considerava necessárias para a realização de seu
apostolado.
CAPÍTULO XXXV
Do significado de Reino de Deus, Santo nas Escrituras
Nas obras dos autores religiosos, especialmente nos sermões e tratados de devoção, o Reino de Deus
é geralmente tomado como a eterna felicidade depois desta vida, no altíssimo céu, ao qual também chamam o
Reino de Glória. Às vezes também como santificação (o máximo dessa felicidade), ao que chamam Reino da
Graça. Mas nunca como a monarquia, quer dizer, o poder soberano de Deus sobre quaisquer súditos,
adquirido pelo consentimento destes, que é a significação própria de Reino.
Pelo contrário, verifico que na maioria das passagens das Escrituras Reino de Deus significa um
reino propriamente dito, constituído pelos votos do povo de Israel de maneira peculiar, segundo a qual
escolheram Deus como seu rei mediante um pacto celebrado com ele, após Deus ter-lhes prometido a posse
da terra de Canaã, e poucas vezes tem um significado metafórico. E mesmo nestes casos é tomado como [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]
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são nada, como dizem (embora indiretamente) os que os consideram incorpóreos, não pode ser provado a
partir das Escrituras.
Da significação da palavra espírito depende a da palavra inspiração, que ou é tomada em sentido
próprio, e neste caso não é mais do que o insuflar num homem de um ar ou vento fino e sutil, tal como um
homem enche uma bexiga com seu sopro, ou então, se os espíritos não são corpóreos e têm sua existência
apenas na imaginação, não é mais do que o insuflar de um fantasma; o que só pode ser dito de maneira
imprópria e impossível, pois os fantasmas são nada, apenas parecem ser alguma coisa. Portanto, essa palavra
é usada nas Escrituras apenas metaforicamente. Como quando se diz (Gên 2,7) que Deus inspirou ao homem
o sopro da vida, não se querendo dizer outra coisa senão que Deus lhe deu o movimento vital. Porque não
devemos pensar que Deus fez primeiro um sopro vivo, e depois o insuflou em Adão depois de este já estar
feito, quer esse sopro fosse real ou aparente, mas apenas (At 17,25) que lhe deu vida e alento, quer dizer, que
fez dele uma criatura viva. E quando se diz (l Tim 3,16) todas as Escrituras são dadas por inspiração de Deus,
falando aí das Escrituras do Antigo Testamento, trata-se de uma simples metáfora, significando que Deus
inclinou o espírito ou mente desses autores a escrever o que seria útil para ensinar, reprovar, corrigir e instruir
os homens no reto caminho da vida. Mas quando São Pedro diz (2 Pdr 1,21) que nos tempos antigos a
profecia não proveio da vontade dos homens, mas os santos homens de Deus falaram enquanto movidos pelo
Espírito Santo, entende-se por Espírito Santo a voz de Deus num sonho ou visão sobrenatural, que não é uma
inspiração. E quando nosso Salvador lançou seu alento sobre os discípulos, dizendo recebei o Espírito Santo,
esse alento também não era o espírito, mas um sinal das graças espirituais que lhes estava concedendo. E
embora se diga de muitos, inclusivamente de nosso próprio Salvador, que estava cheio do Espírito Santo,
mesmo assim essa plenitude não deve ser entendida como infusão da substância de Deus, mas como
acumulação de seus dons, como o dom da santidade da vida, ou o dom das línguas, e outros semelhantes, quer
sejam conseguidos sobrenaturalmente ou pelo estudo e pelo trabalho, pois em todos os casos trata-se de dons
de Deus. De maneira semelhante, quando Deus diz (Jo 2,28) derramarei meu espírito sobre a carne, e vossos
filhos e filhas profetizarão, vossos velhos sonharão sonhos, e vossos jovens verão visões, não devemos
entendê-lo em sentido próprio, como se o espírito fosse como a água, sujeito a efusão e infusão, mas no
sentido de Deus ter prometido dar-lhes sonhos e visões
proféticas. Porque o uso próprio da palavra infundido, ao falar das graças de Deus, constitui um
abuso da palavra, dado que as graças são virtudes, e não corpos que podem ser levados para aqui e para ali, ou
que podem ser despejados para dentro dos homens como se estes fossem barris.
Da mesma maneira, tomar inspiração em sentido próprio, ou dizer que entraram nos homens espíritos
benéficos que lhes permitem profetizar, ou espíritos maléficos que os tornam frenéticos, lunáticos ou
epilépticos, não é tomar a palavra no sentido das Escrituras, pois nestas o espírito é tomado como poder de
Deus, trabalhando através de causas que nos são desconhecidas. Como também o vento (At 2,2), que lá se diz
ter enchido a casa onde os apóstolos estavam reuni
dos no dia de Pentecostes, não deve ser entendido como o Espírito Santo, o qual é a própria
divindade, mas como um sinal externo da intervenção especial de Deus em seus corações, para neles tornar
efetivas as graças internas e as santas virtudes que considerava necessárias para a realização de seu
apostolado.
CAPÍTULO XXXV
Do significado de Reino de Deus, Santo nas Escrituras
Nas obras dos autores religiosos, especialmente nos sermões e tratados de devoção, o Reino de Deus
é geralmente tomado como a eterna felicidade depois desta vida, no altíssimo céu, ao qual também chamam o
Reino de Glória. Às vezes também como santificação (o máximo dessa felicidade), ao que chamam Reino da
Graça. Mas nunca como a monarquia, quer dizer, o poder soberano de Deus sobre quaisquer súditos,
adquirido pelo consentimento destes, que é a significação própria de Reino.
Pelo contrário, verifico que na maioria das passagens das Escrituras Reino de Deus significa um
reino propriamente dito, constituído pelos votos do povo de Israel de maneira peculiar, segundo a qual
escolheram Deus como seu rei mediante um pacto celebrado com ele, após Deus ter-lhes prometido a posse
da terra de Canaã, e poucas vezes tem um significado metafórico. E mesmo nestes casos é tomado como [ Pobierz caÅ‚ość w formacie PDF ]